A conjuntura laboral baiana foi examinada neste boletim tendo por base os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência, e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), duas bases oficiais historicamente respeitadas e consolidadas no país.
Na leitura do referido texto, em linhas gerais, fica-se sabendo que a recuperação do mercado de trabalho seguiu no terceiro trimestre deste ano, com avanços em muitos (mas, não todos) dos indicadores balizadores da análise do emprego e da renda – sem deixar escapar o entendimento de uma base de comparação deteriorada. Assim, a despeito de melhorias diversas, a maioria dessas estatísticas ainda desnuda uma realidade complicada e inconstante.
Segundo o Caged, por exemplo, o estoque de empregos com carteira assinada aumentou continuamente mês a mês de janeiro a setembro deste ano na Bahia, com o saldo do terceiro trimestre superando o do segundo trimestre. No entanto, mesmo anunciando uma recuperação em “V” em termos de geração de vagas com carteira assinada, os dados do Caged também mostram limitações nesse processo – o que pode ser visto ao longo do texto. No arcabouço da PNADC, a taxa trimestral de desocupação emendou a segunda queda consecutiva e assumiu o menor valor desde o começo da pandemia no estado. Isso num contexto de taxa de participação crescente. Entretanto, importante frisar, a taxa de desocupação, apesar dos últimos recuos, ainda se mantém em patamar elevado, ficando acima de qualquer percentual calculado para antes do primeiro trimestre de 2020.
Por fim, mesmo com chances de que avanços continuem ocorrendo, não há como atestar que o ritmo dessa recuperação esteja alicerçado em forças estruturais consistentes para uma ampliação substancial do emprego e da renda no curto e médio prazos. Afinal, além de ser costumeiramente um dos últimos pilares a materializar uma reabilitação completa, não há em trânsito expansão econômica em magnitude suficiente a ponto de escorar uma melhoria expressiva e veloz do mercado de trabalho em todas as suas frentes.
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