A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) divulgou, em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios baianos (2014-2015). Em 2015, o PIB baiano somou R$ 245 bilhões, sendo R$ 216 bilhões referentes ao Valor Adicionado (VA) e R$ 29,1 bilhões relativos aos Impostos sobre Produto. A agropecuária foi o setor que apresentou expansão (9,9%), impulsionada pela recuperação da Agricultura. A cultura com maior destaque foi o cultivo de soja.
Já o setor industrial teve retração de 7,9% em volume, mas com destaque para o desempenho da indústria de transformação, que impulsionada pela redução de custos da principal matéria-prima na indústria de refino do petróleo, elevou a participação no setor de 8,1% para 11,3%. Outros destaques na Indústria de Transformação, que influenciaram o ganho de participação foram: as indústrias de produtos alimentícios, indústrias de produtos químicos, orgânicos e inorgânicos. O setor de Serviços caiu 3,0%, em volume, com destaque para a atividade de Comércio, manutenção e reparação de veículos automotores e motocicletas, que reduziu 9,4%.
Essa dinâmica dos setores econômicos influenciou de forma diferenciada o PIB de cada um dos 417 municípios; dessa forma, o crescimento da Agropecuária favoreceu o crescimento e aumento de participação dos municípios de grande relevância nesse setor. Por outro lado o desempenho negativo da indústria foi relevante para determinar a perda ou ganho de participação dos municípios onde essa atividade tem maior impacto; nesse caso, dois impactos podem ser observados: o primeiro é relativo aos municípios onde se desenvolvem atividades industriais que tiveram desempenho negativo (construção civil, geração de energia elétrica, alimentos e bebidas, metalurgia, automobilística); o segundo é relativo aos municípios onde algumas atividades da indústria tiveram desempenho positivo (indústria química e petroquímica). Finalmente, o setor Serviços teve seu desempenho impactado pelas atividades de comercio e transportes e administração pública e, consequentemente, os municípios onde estas atividades são relevantes, também foram afetados por essa dinâmica específica.
Desempenho Municipal 2014 – 2015 - A análise do conjunto dos municípios baianos, em 2015, evidencia o setor de serviço como o de maior participação no total da economia estadual (71,14%) em 2014 e (69,62%) em 2015, A indústria, setor de grande relevância do ponto de vista da geração de empregos e de encadeamentos, responde por 20,97%, em 2014, e 22,12% em 2015, seguido pela agropecuária, responsável por 7,89% em 2014 e 8,26% em 2015, de toda a riqueza produzida no estado. Podemos destacar que a queda de participação no setor de Serviços, foi devida o incremento no setor industrial influenciado principalmente pelo preço do petróleo. As cinco maiores economias municipais, pela ótica do PIB, respondiam por 42,04% em 2014, passando para 42,70% em 2015, da atividade econômica estadual.
O município de Salvador é responsável por 23,62% do PIB baiano e se destaca, sobretudo no setor de serviços, mas também na construção civil e indústria de alimentos. Em seguida estão os municípios de Camaçari com 8,32% – com sua economia baseada na indústria de transformação, em especial nos segmentos químico e automotivo – Feira de Santana com 4,88% tem se destacado pelas suas características de importante entreposto comercial, e entroncamento das principais rodovias federais e estaduais que cortam o estado, também abriga atividades industriais chamando atenção principalmente para o Distrito Industrial de Subaé; São Francisco do Conde com 3,53% – Município que apresentou destaque em 2015, principalmente por conta do preço do petróleo, que decresceu proporcionando equilíbrio no consumo intermediário e aumento no valor adicionado – e por fim, Vitória da Conquista com 2,35% município que tem referência regional nos setores de educação, saúde e principalmente no comércio, que atraem milhares de usuários e consumidores dos municípios vizinhos.
Considerando a participação dos setores econômicos nos cinco maiores municípios pode-se perceber a concentração produtiva, onde os setores indústria e serviços concentram quase 50% do valor adicionado do Estado em apenas cinco municípios. Em 2015 o setor industrial apresentou destaque em relação ao setor serviços. Finalmente, o setor de serviços apesar de registrar nível de concentração, registrou queda dos cinco maiores em 2015 comparado com 2014, demonstrando um ligeiro processo de desconcentração dessa atividade ao longo dos anos.
PIB Municipal por Território de Identidade - A nova regionalização adotada pelo Estado reagrupa os municípios segundo novos critérios e tipologias, reestruturando-os por Territórios de Identidade. Ela permite a visualização do nível de concentração das atividades econômicas dentro do Estado, no citado recorte. Nesse sentido, vê-se a elevada participação da Região Metropolitana de Salvador com uma representatividade superior a 43%, conforme se pode ver na Tabela 6. Destacando também os territórios Portal do Sertão com 6,76% e Bacia do Rio Grande com 5,79% Já o Território Bacia do Paramirim é o que possui menor participação na estrutura do PIB estadual com apenas 0,38% do total de riquezas. O destaque de participação nessa região foi proporcionado principalmente pelo município de São Francisco do Conde, por conta do preço do petróleo, outro destaque foi Camaçari pela recuperação do refino e indústria química que apresentou bom desempenho.
Municípios baianos na economia nordestina - Analisando os estados que abrangem o nordeste brasileiro, de um total de 1794 municípios, observa-se que 50,0% da riqueza gerada na região concentra-se em apenas 27 municípios. Desses, sete estão situados no estado da Bahia. Por outro lado, 282 economias representam apenas 1% da riqueza gerada na região, sendo que nove estão situadas na Bahia.
Analisando os dados a partir do PIB Per Capita, entre os cinco maiores do Nordeste dois estão no estado da Bahia, sendo que o município de São Francisco do Conde aparece como destaque com o maior PIB per capita da região. Já dentre os cinco menores PIBs per capita da região nordeste, um é da Bahia.
No que concerne a Salvador, analisando sua posição em relação aos demais municípios do Nordeste, no período de 2014/2015, observa-se queda de participação entre os dez maiores; Salvador perde participação, mas mantém a primeira posição no ranking dos municípios nordestinos. Dentre as 10 maiores economias da região, apenas Camaçari não é uma capital de estado, além de possuir PIB maior que três capitais (João Pessoa, Teresina e Aracaju).
O boletim completo sobre o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios baianos (2014-2015) pode ser acessado aqui.